Lembro-me de quando
eu tinha uns seis anos de idade, quando eu ia, de vez em quando, à casa dos
meus bisavós em Palmas. Eu ficava ansiosa para dar um abraço, pedir a bênção
para eles e perguntar como estavam. Eles sempre diziam a mesma coisa:
─ Estamos bem,
Dandara!
Depois que degustávamos
um saboroso jantar, nós sentávamos no sofá. Meu bisavô ligava o rádio, porque
eles não tinham televisão, e eu ficava deslizando as minhas mãos nos longos e
brancos cabelos da minha bisavó. Aqueles cabelos brancos passaram de geração a
geração, mas, por azar, eu não herdei essa genética.
Quando só ficávamos
eu e minha bisa em casa, ela me falava que quando uma pessoa morre, dali a
alguns anos nasce um novo membro na família. Eu adorava quando ela falava das
histórias da infância dela.
Um dia, recebemos um
telefonema de Palmas avisando que a minha bisa havia morrido num acidente de
carro, quando ela foi atravessar o asfalto. Naquela hora eu me desesperei
tanto. Mamãe arrumou as malas depressa e fomos para o velório. Chorei muito...
Três anos depois,
minha irmã mais velha ficou grávida e, imediatamente, lembrei do que a bisa me
dizia. Dentro de pouco tempo, teríamos um novo membro na família. É como se
alguém chegasse para substituir quem já se foi para sempre.
Você, leitor,
acredita nessas coisas? Pois bem, eu acredito. O novo membro da família se
chama Elizabete e já tem três aninhos. Ela é um amor de criança.
Eu sinto muito a
falta da minha bisa, mas quando a saudade aperta o meu coração, dou um abraço
bem gostoso na Elizabete e sinto que ela preenche o vazio deixado pela bisa no
meu coração. Assim, sinto-me melhor. A família se perpetua pela chegada de
novos membros e eles trazem um pouco da genética de seus antepassados que, de
forma indireta, também continuam conosco para todo sempre. Sempre a amarei bisa.
Aluna: Dandara Aparecida Fuhr Luz
7.º ano II – 20 de maio de 2016.
Texto de memórias reescrito –
Língua Portuguesa – Professora Walterlin
Núcleo Educacional Jornalista
Hermínio Milis.