Hoje
em dia os jovens não querem saber de leitura. Agora, faço essa pergunta: Por
quê?
Muitos
de nós consumimos o nosso tempo jogando videogame, vendo programas de TV ou
navegando na Internet. Todos somos capazes de ler um livro, porém não lemos. A
questão é que nós, jovens, nas poucas vezes que lemos encontramos dificuldades
para entender o que está escrito. Desistimos diante da primeira dificuldade,
pois temos preguiça de pensar. Estamos habituados a receber tudo pronto,
programado e rapidamente. Afinal, basta um clic!
Muitos
adolescentes acham que a Internet vai levá-los para o futuro. De fato, pode até
levar, se souberem usá-la a seu favor, para fazer pesquisas sérias e ler sobre
temas que acrescentem conhecimentos e cultura, em vez de ficar só nas redes
sociais sem um objetivo bem definido.
Vou
citar um exemplo bastante comum no ambiente escolar.
Uma
professora de Língua Portuguesa entra na sala, começa a distribuir livros para
os alunos e diz:
─
Vamos lá crianças, nós temos muito para aprender!
Carla,
uma das alunas, interrompe a professora e fala:
─
Nossa, professora, sua aula hoje está chata!
A
professora, indignada, olha para Carla e pergunta:
─
Por quê?
A
menina, sem pensar, responde:
─
Sua aula é de leitura e isso é chato!
A
professora olha fixamente para a classe desmotivada e contra-argumenta:
─
Chato
é ser alfabetizado e não ler. Chato é não ter vocabulário para bem
expressar as próprias ideias. Chato é fechar a mente e ter
preconceito contra algo que não conhece. Como pode alguém dizer que a aula de
leitura é chata, se nem sequer leu ainda? Se não sabe do que se trata?
Ademais, a leitura é indispensável à boa formação e ao desenvolvimento de todos
os seres humanos. Nós, sem leitura, não somos quase nada, aprendemos muito
pouco, crianças. Quando é que vocês vão finalmente compreender isso?
A
aluna, arrependida do que falou, responde:
─
Mil desculpas, professora! Eu não sabia que a leitura é tão importante na vida
da gente.
─
É importante, sim, Carla. Pode acreditar. Experimente a desenvolver o hábito de
ler. Depois, venha conversar comigo ─ disse a professora.
A
partir daquele dia, Carla e mais algumas colegas de turma começaram a ler e perceberam
que as aulas de leitura não eram chatas e sim exigentes. Descobriram
que a leitura exige atenção, disciplina, persistência, dedicação e hábito. Em
poucas semanas, começaram a ampliar o vocabulário, a desenvolver agilidade de
raciocínio, passaram a ter mais facilidade para se expressar por escrito e a
desenvolver argumentos e justificativas para suas opiniões. A produção de
textos ficava cada vez mais fácil e prazerosa.
Atualmente,
quando Carla ouve algum colega reclamando que algo é chato, ela logo replica:
─
Chato
é o argumento vazio de quem não é capaz de justificar o seu próprio ponto de
vista, talvez justamente por falta de leitura.
Então,
este textinho já diz tudo. Nós só vamos para frente se levarmos um pedacinho da
leitura com a gente, pois é a exigente
leitura que acrescenta valor ao ser humano ao formar o seu conhecimento e a
sua cultura. Quem tem o hábito de ler torna-se um autodidata e isto, sem
dúvida, é muito bom.
Aluna: Vitória Chaves Velasques
Crônica reescrita – 06 de
outubro de 2015.
7.º ano I – Disciplina: Língua
Portuguesa – Prof.a Walterlin
Núcleo Educacional Jornalista
hermínio Milis.