Era verão. O jovem Juan andava pelas ruas de Tegucigalpa, capital de Honduras. Ele vestia uma blusa vermelha bem desgastada, porém limpa; uma bermuda azul dobrada na altura dos joelhos e usava um par de chinelo azul, bem velho. Mas o que mais se destacava na vestimenta do jovem era o chapéu de palha com uma fita vermelha amarrada em seu redor. Muitas pessoas chamavam Juan pelo apelido “Chapéu de palha”. Ele sonhava liderar um bando de piratas bravos e destemidos para explorar tesouros escondidos. No entanto, Juan ainda não tinha conseguido recrutar nenhum pirata para montar o seu bando e nem tinha um barco para zarpar em busca dos seus objetivos.
Então, o jovem decidiu ir ao Bar Rata Alada, que era muito frequentado por moradores da cidade e também por forasteiros, a fim de tomar um refresco. Adentrou o bar e escutou a conversa de duas mulheres:
— Jerusa, você está sabendo que hoje vão executar o caçador de recompensas? Estão falando que ele foi tentar pegar a recompensa do Capitão da Marinha e foi pego numa emboscada.
— Ouvi dizer que ele está amarrado no pátio da marinha esperando sua execução — completou a mulher.
Ao saber do fato, Juan deixou o bar rapidamente e dirigiu-se ao pátio da marinha para checar se era verdade o que ouvira no bar. Chegando ao pátio, ele avistou um homem amarrado num poste de concreto. Prestou atenção às roupas do prisioneiro: uma bandana verde amarrada na testa, uma blusa branca e suja e uma calça preta cobrindo-lhe as pernas. O caçador de recompensas tinha cabelos e barba pretos e as mãos grandes e peludas. Apesar de abatido, era possível perceber que se tratava de um homem forte e musculoso. Seu olhar parecia frio e hostil, cara de poucos amigos. Demonstrava não estar se sentindo bem. Então, Juan aproximou-se e disse:
— Ei! Você é o caçador de recompensas que está sendo falado na cidade?
O homem respirou fundo e continuou calado. Então, o jovem perguntou novamente:
— Ei! Estou falando com você!
— Vá embora garoto. Não preciso de nenhum pirralho me perturbando — respondeu o prisioneiro.
— Não vou embora. Ouvi dizer que você é um caçador de recompensas muito famoso e valente, é verdade?
— Vá para sua casa garoto! — disse o homem em tom autoritário e encarando Juan.
— Você está com fome? Parece estar amarrado a longo tempo — insistiu Juan.
O homem passou a ignorar a presença do seu interlocutor.
— Espere um pouco, eu voltarei logo — disse Juan, afastando-se do local. Momentos depois, o prisioneiro ouviu passos e disse:
— Finalmente vieram me executar. Já estou cansado de tanto esperar.
— Não sou o seu carrasco — respondeu Juan segurando um pacote de pão e água.
— Trouxe isto para você, seu pirata rabugento! — disse o jovem.
— Não sou pirata, sou um caçador de recompensas! — retrucou o homem.
Em seguida, Juan pulou a cerca e desamarrou o prisioneiro do poste.
— Por que você está fazendo isso garoto? — perguntou o homem.
— Porque você vai pertencer ao meu bando a partir de agora!
Após comer, o homem levantou-se e saiu andando, afastando-se de Juan.
— Ei! Para onde você está indo, cara? — perguntou Juan.
— Vou embora, garoto.
— Você não pode ir! Eu salvei a sua vida, você ia ser executado!
— Eu não lhe pedi nada. Você fez porque quis — respondeu o homem.
Juan ficou estressado e, com raiva, gritou:
— PENSEI QUE VOCÊ ERA UM HOMEM HONRADO!
Ao ouvir isso, o homem deu meia volta e dirigiu-se ao rapaz.
— O que foi que você disse, moleque?
— Eu salvei sua vida. Um homem honrado ficaria me devendo um favor — disse Juan.
— O que você quer de mim? — perguntou o homem irritado com a audácia do rapaz.
— Eu quero que você entre para o meu bando — insistiu Juan.
— Eu já lhe disse que não sou pirata — retrucou o homem com um tom de riso.
— O que foi? Está com medo? — argumentou o jovem.
— Eu, com medo? Nem sei o significado dessa palavra, pirralho.
— Vamos, quero conhecer o seu barco! — retrucou o homem.
Então, eles foram até o canal próximo à marina, onde havia dezenas de barcos atracados.
— Este é o seu barco? — perguntou o homem, apontando para uma embarcação grande, com canhões e uma enorme vela.
— Não, o meu barco é este aqui! — respondeu Juan, apontando para uma pequena canoa, que nem ao menos tinha uma vela.
— Isso não é um barco. Não quero arriscar a minha vida porque estou devendo um imenso favor para um pirralho petulante — disse o ex-prisioneiro.
— Eu salvei a sua vida, lembre-se disso, cara!
— Vamos acabar com essa lenga-lenga de uma vez — disse o homem entrando na canoa.
— Qual é o seu nome, pirralho?
— Juan — respondeu o rapaz.
— Eu me chamo Zorro. ZORRO VALENTIS — disse o homem com voz imponente.
Em seguida, os dois se cumprimentaram de mão pegada, selando um pacto, e zarparam para o mar em busca de novos companheiros e aventuras. A jornada do grupo de piratas JUAN & VALENTIS começava naquele momento. O tempo foi passando, e nos quatro cantos do mundo ouvia-se falar dos piratas milionários e destemidos que caçavam tesouros e acumulavam enorme fortuna.
Aluno: Matheus Euzébio de Oliveira
9.º ano I - Conto - Disciplina:Língua Portuguesa - Data: 18/03/2022
Professora: Walterlin F. Kotarski
Núcleo Educacional Jornalista Hermínio Milis
Texto baseado no anime One Piece.