Com sol ou com chuva lá vem o Coletor
correndo e juntando o nosso saco de lixo.
Ele é bom de arremesso e de salto no estribo,
ele corre o dia inteiro, mas passa despercebido.
O Coletor é humilde, mas muito necessário,
seu trabalho é insalubre e baixo o seu salário.
Seu corpo está sujeito a vírus e bactérias,
mas ele nem pensa nisso e ainda sofre pilhérias.
O Coletor de Lixo é transparente no dia a dia,
mas quando falta o seu serviço,
a sujeira se espalha, o mau cheiro o denuncia,
o cidadão esbraveja, reclama e se angustia.
Mas se o Coletor adoece, bem poucos ficam sabendo.
Se não resiste e falece, o funeral é bem simples,
a família chora o luto e lá vem outro correndo, saltando,
juntando o nosso lixo e poucos se importam com isso.
Se um dia ao Coletor um poema é dedicado,
ele nem fica sabendo, pois está sempre correndo,
atarefado, juntando cada saco de lixo,
pois este é o seu ofício e o poema é arquivado.
Então, o poeta silencia e a reflexão se esvazia
nesse mundo conturbado.
Afinal, quem merece um poema?
“Pequenas reflexões transformam a Humanidade!”
Domingo, 19 de junho de 2022.
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