A crônica de Luís Fernando
Veríssimo, Exigências da vida moderna, critica o excesso de tarefas e a
falta de tempo que aflige a maioria das pessoas no conturbado cotidiano atual.
Penso, querido leitor, que com a chegada da modernidade o ser humano
robotizou-se e afastou-se de sua essência. A vontade de conquistar status social
e conforto fez com que ele mergulhasse no trabalho, cada vez mais trabalho e
vontade de ter mais dinheiro. A ganância está sufocando a humanidade. Parece
que os dias estão ficando cada vez mais curtos e as agendas cada vez mais
lotadas. O corre-corre está em toda parte, parece uma epidemia.
Grande parte das pessoas já não
tem tempo para a cultura e para o lazer. Eu pergunto a você, leitor ou leitora,
qual foi a última vez que você foi ao teatro, ao cinema ou a um clube com sua
família? Qual foi a última vez que você se divertiu, brincou, riu e esqueceu a
corrida frenética dos ponteiros do relógio? No meu caso, foi há muito tempo,
quando a minha mãe ainda não cursava a faculdade, nem participava de cursos,
nem trabalhava fora de casa. O mesmo acontece com o meu pai, que passa mais
tempo no trabalho do que em casa.
Luís Fernando Veríssimo trata
da falta de tempo para cumprir tantos compromissos com bastante humor e
inteligência. Entre linhas, ele nos faz refletir. Estamos usando bem o
nosso tempo? Estamos nos escravizando? Estamos invertendo a ordem
das prioridades em nossa vida? Os presentes substituem o convívio com
os pais? Os relacionamentos virtuais, pelas redes sociais, realmente
substituem o convívio pessoal? Quanto tempo dedicamos ao computador
e à televisão? Esses objetos são trocados pela conversa em família?
Ao ouvir a crônica de Luís
Fernando, percebi que é bom pensar duas, três vezes antes de pedir algo aos
meus pais. Na ânsia de satisfazerem os meus desejos, eles certamente
mergulharão ainda mais no mundo do trabalho em busca de dinheiro e nos
privaremos do que é mais importante para todos nós: o convívio familiar, a
troca de afeto, o bem-estar espiritual e o direito ao lazer e ao descanso.
Afinal, o amor é insubstituível. É preciso reservar um tempo para amar e para
curtir a plenitude da vida que, infelizmente, passa muito depressa.
Aluna: Maria Eduarda Gomes
8.ª série I – 12 de novembro de
2013 – Crônica reescrita.
Extrapolação da crônica “Exigências
da vida moderna”, de Luís Fernando Veríssimo.