No
dia 19 de junho de 2013, uma quarta-feira com muita garoa, Liandra, seu irmão
Leonardo e eu fomos, de ônibus, a cidade de Concórdia em Santa Catarina, onde
participamos de competições de xadrez nos Jogos Estudantis de Santa Catarina -
JESC. Quando embarcamos com nossas malas e colchões, avistamos as meninas do
FUTSAL e o Lucas, um menino de Irineópolis, que também é enxadrista. Ele estava
acompanhado de sua professora Maria, que nós passamos a chamar carinhosamente
de tia Mari.
No
início da viagem estávamos tímidos e reservados, mas o tempo foi passando e,
para quebrar a monotonia, começamos a conversar. Em poucos minutos, já sabíamos
quase tudo sobre nossos companheiros de viagem.
Aproximadamente
às17 horas, paramos numa lanchonete próxima à BR. Já estava escuro e bastante
frio. Ficamos impressionados com preço. Era o dobro mais caro do que o normal.
Como estávamos com fome, mesmo assim, lanchamos. Afinal, não havia outra opção.
Em
seguida, voltamos para o ônibus. Estávamos sonolentos e aproveitamos para tirar
um belo cochilo. Depois de algum tempo, acordei e fiquei observando a neblina
que cobria a estrada. Para quebrar o tédio, decidi observar as placas de
sinalização. De repente, graças a Deus, uma delas dizia: “Concórdia à frente”. Então, pensei: “Que bom, estamos chegando!” Cerca de meia hora depois chegamos à
cidade. Porém, precisávamos ir ao ginásio, onde seria feita a abertura dos
jogos. Onde mesmo ficaria o tal ginásio? Paramos num posto e pedimos
informação, andamos para lá e para cá e, finalmente, o encontramos. Infelizmente,
não chegamos a tempo de assistir à solenidade de abertura, que já estava
terminando.
Algum
tempo depois, jantamos e fomos para o nosso alojamento, que era o mais distante
do refeitório. A diretora nos recebeu com muita cordialidade e nos apresentou
as salas onde dormiríamos.
No
dia seguinte, acordamos às 6h30min para irmos ao refeitório tomar o café da
manhã. Às 8h30min, já estávamos no local dos jogos. As partidas de xadrez eram
realizadas na AABB. Houve um congresso técnico, onde foi decidida a organização
do torneio. Tudo estava transcorrendo quase normalmente. Ganhamos algumas vezes
e também perdemos algumas. Você, caro
leitor, deve estar se perguntando: “Por
que quase tudo normalmente?”
Pois bem, vou esclarecer. Nós, competidores, temos uns parafusos a mais e
outros a menos em nossas formidáveis cabecinhas. Primeiro, o Lucas quase
esqueceu o celular dele junto à panela de carne. Segundo, o Léo e o Lucas, uma
dupla perfeita, são bons de garfo e gostam de se provocar mutuamente. Terceiro,
para a Liandra é preciso explicar tudo nos mínimos detalhes, senão ela não
entende... Por fim eu, que na verdade não havia “aprontado” nada, mas...
Sábado,
chegamos à AABB e nossos professores nos disseram que iam assistir ao Badminton
enquanto nós jogaríamos xadrez. Quando nossas partidas terminassem, era só um
de nós ligar para eles e nos encontraríamos em seguida. Mas não foi bem isso
que aconteceu. Eu tentei ligar para o nosso professor, porém meus créditos
acabaram e meu celular ficou fora de área. O professor também tentou me ligar,
mas não conseguiu contato.
Então,
eu tive a péssima ideia de irmos ao ginásio, que não ficava muito longe de onde
estávamos, para pegarmos uma carona com grupos de outra escola. Em seguida,
avistamos um ônibus parado em frente à AABB. Perguntamos ao motorista se ele ia
ao ginásio. Ele respondeu que sim, mas que antes teria de levar dois meninos
para as partidas de vôlei. Eu deduzi que aquela equipe era a mesma que estava
alojada conosco e pegamos carona. Lamentavelmente, houve um grande equívoco. A
equipe não era a mesma e o local do alojamento era bem distante do alojamento
do nosso grupo. Ficamos sem chão. Não sabíamos o que fazer. Decidimos, então,
voltar para a AABB. Voltávamos correndo, quando vimos outro ônibus parado na
rua. Esse não estava esperando ninguém. Foi parado por um acidente que envolveu
dois carros e o trânsito foi interditado. Finalmente, apareceu outro ônibus com
a equipe de vôlei que também estava no nosso alojamento. Reconhecemos a
professora daquele grupo e perguntamos se ela sabia onde estavam os nossos
professores. Ela disse que havia acabado de falar com eles e que era para nós
esperarmos por eles na praça, ao lado do ginásio. Fomos para a praça e aguardamos
alguns minutos. Logo nossos professores chegaram. Estavam irritados e
preocupados, mas eu lhes expliquei que havíamos embarcado num ônibus errado.
Depois
que os ânimos acalmaram, descobrimos que os nossos professores não foram
assistir ao Badminton, mas que foram às compras.
Fui
eu quem teve a ideia de pegar a carona errada, mas não fiquei muito preocupada.
Afinal, Concórdia não é uma cidade tão grande. Eu tinha certeza de que uma hora
ou outra iríamos nos encontrar, pois o que mais havia na cidade eram ônibus que
levavam alunos para os jogos estudantis. Depois do sufoco, demos boas risadas.
Infelizmente,
não nos classificamos, mas valeu à pena. Foi tudo muito divertido com uma
pitada de suspense no ar. Agora, temos consciência de que precisamos treinar
mais e com afinco para as próximas competições.
Nesta
viagem aprendi uma grande lição. Não devemos confiar somente nos guias. Também os
passageiros devem anotar o número da placa do seu ônibus, o número da frota e o
nome da empresa a que ele pertence. Assim, ninguém pega o bonde errado. Todo o
grupo que viaja junto deve prestar atenção aos locais, nomes e endereços de sua
trajetória. Será que na próxima vez ainda lembraremos todas essas dicas? Afinal,
caro leitor, você lembra a questão dos “parafusos
desajustados em nossas cabecinhas?”
Aluna: Bettina Carvalho dos Santos
8.ª
série I – 02/07/2013 - Crônica reescrita – Língua Portuguesa