Meu avô e eu éramos muito
amigos. Todos os meses eu e meus pais íamos à casa dele, que ficava no
interior. Lá nós brincávamos, jogávamos bola, assávamos carne, enfim, fazíamos
tudo o que uma família faz quando passeia e se diverte na casa de parentes.
Quando eu voltava para casa,
ficava triste por saber que veria o meu avô só no mês seguinte.
Num certo dia chuvoso, ainda na
época do telefone fixo, o telefone tocou e minha mãe, apressada, correu
atender. Um silêncio total tomou conta da casa. Só mamãe ouvia a voz no
telefone. Eu imaginava o que ela estaria ouvindo.
__ Alô! Oi! Olha, seu pai...
Bom, ele está passando muito mal. Eu acho melhor vocês virem para cá.
E lá se foram papai e mamãe. Eu e meu irmão
ficamos em casa. Lembro-me de que mamãe saiu dizendo:
__ Comportem-se meninos. Em
duas horas estaremos de volta!
Inocência de criança é capaz de
acreditar em tudo. Passarem-se 3h45min e meus pais voltaram trazendo com eles o
meu avô, que estava triste, passando mal, mas vivo.
Alguns meses se passaram, meu
avô convalesceu, voltou a ser aquele velho cheio de energia e bricalhão que eu
tanto gostava. Parece ser um final feliz até agora, mas... Numa noite de
setembro, também chuvosa por ironia do destino, nenhum de nós conseguia pregar os olhos. Em seu leito, meu avô
doente, sem esperança, sofria. Chamaram o médico, mas de nada adiantou. Quando
ele chegou, o meu avô já estava morto.
Lembro-me de suas últimas
palavras dirigidas a mim como se fosse hoje:
__ Meu filho, não abandone os
estudos. Somente eles poderão garantir o seu futuro e o da sua família.
Apesar de moribundo, ainda
mantinha o senso de humor:
__ Tomara que o Brasil ganhe a
Copa do Mundo na África!
Ah! Como eu queria que o vovô
estivesse vivo para ver comigo todos os jogos da Copa de 2014, aqui no Brasil.
Tenho certeza de que nos divertiríamos muito. Ele era bem-humorado, crítico e
brincalhão. Acima de tudo, um grande companheiro que marcou a minha infância.
Deixou boas lembranças, que estarão sempre no meu coração.
Aluno: Leandro
Tichewiski
7.º ano I – 23
de junho de 2014.
Texto de
memórias – Língua Portuguesa
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