Todas
as pessoas enfrentam etapas difíceis em suas vidas e necessitam de apoio,
cooperação e solidariedade para superá-las. Por isso, é sempre oportuno lembrar
que não se deve negar ajuda a quem precisa, principalmente quando nós estamos numa
boa fase da vida.
Esta
história trata de um encontro casual entre um mendigo e um milionário num beco
próximo ao Bairro Industrial de uma metrópole brasileira. O mendigo está
sentado no chão, desanimado e faminto, quando vê um homem bem vestido aproximar-se.
Mendigo: Por favor, ajude-me, senhor.
O
bondoso milionário para diante do mendigo e dirige-lhe um olhar generoso.
Milionário: Levante-se, amigo. O que lhe
aconteceu?
Mendigo: Eu estou fraco, cansado e sem
esperança. Perdi meu emprego e caí em desgraça. Nada tem dado certo para mim
nos últimos tempos.
Milionário: Qual é a sua profissão?
Mendigo: Contador.
Milionário: Qual é o seu grau de formação
escolar?
Mendigo: Sou formado em Ciências
Contábeis. Já trabalhei em grandes empresas, mas devido à inflação e à
estagnação da economia algumas empresas faliram e outras tiveram que cortar
gastos e reduzir o número de empregados. Assim, acabei sendo demitido e não
consegui mais me recolocar no mercado de trabalho.
O
milionário olha para o chão e vê um rolinho de papel grosso amarrado com uma
fita.
Milionário: O que é esse rolinho de papel
aí ao seu lado?
Mendigo: É o meu diploma de Ciências
Contábeis. Eu o carrego comigo para provar que sou formado, pois ninguém
acredita que um morador de rua tem curso superior.
Milionário: Deixe-me ver o seu diploma,
rapaz.
Mendigo: Está vendo como é. Até o
senhor está duvidando de mim. Pode olhar, aqui está ele.
Milionário: Humm! USP – Universidade Estadual de São Paulo. Título: Bacharel em Ciências Contábeis. Número
do registro... Seu diploma é autêntico, rapaz. Você se formou numa das melhores
universidades do Brasil. Você sabia que o destino lhe reservou uma boa surpresa
hoje?
Mendigo: Como assim? Até agora só
estou sendo surpreendido pelo ronco da minha barriga faminta. Estou até tonto
de fome.
Milionário: Anime-se rapaz. Seus dias de
mendigo terminaram. Eu vou contratá-lo. Estava justamente indo levar à Agência do Trabalhador um anúncio de
vaga para contador numa de minhas empresas.
Mendigo: O senhor está falando sério?
Milionário: Seríssimo, rapaz. Agora se
levante. Eu vou ajudá-lo a reanimar-se. A propósito, como é mesmo o seu nome?
Mendigo: Meu nome é Maílson da Nóbrega Siqueira.
Milionário: E o meu é Antônio Ermírio Votorantim. Vou levá-lo
a uma pensão que eu conheço. Lá você poderá morar por um tempo até refazer sua
vida. É um lugar simples, mas tem instalações de boa qualidade e servem uma
comida regional muito gostosa.
Maílson: Eu ainda não estou
acreditando. Será que estou delirando?
Ermírio: Se você quiser, eu poço
dar-lhe um “cascudo” na cabeça para você sentir que eu sou de carne e osso
e estou aqui na sua frente, fazendo-lhe uma proposta de emprego para o cargo de
Contador. Posso?
Ermírio
fecha o punho aprontando os dedos para o “cascudo”, mas Maílson olha-o fixamente,
depois percebe outras pessoas passando por eles, uns carros e motos...
Finalmente, conscientiza-se de que está sóbrio no meio do burburinho do
trânsito.
Maílson: Não é preciso. Agora percebi
que estou num beco anexo ao Bairro Industrial. Pretendia procurar emprego, mas
me dei conta de que estava sujo e maltrapilho. Por isso, sentei-me aqui
desanimado.
Ermírio: Então, venha comigo. Vamos
dar um trato nessa sua fome e, depois, na sua aparência. Fique com este meu
cartão. Aqui consta o telefone e o endereço do seu novo local de trabalho a
partir de amanhã às 8h30. Combinado? Leve todos os seus documentos para
providenciarmos a sua contratação o mais rápido possível.
Maílson: Obrigado, meu Deus! Obrigado,
seu Ermírio!
Maílson
junta os seus pertences (diploma, blusa, guarda-chuva), coloca-os numa mochila
e os dois homens saem caminhando lentamente em direção a uma lanchonete. A
partir daquele momento, uma nova etapa estava iniciando na vida de Maílson da
Nóbrega Siqueira.
Viram?
A vida pode nos surpreender. Nos lugares mais imprevisíveis podemos encontrar
pessoas generosas e solidárias. Um milionário cooperou na reestruturação da
vida de um mendigo. Um mendigo cooperou no desenvolvimento da empresa de um
milionário.
Aluno:
Gílson Hilário Koch Júnior
9.º ano – 19 de março de 2015.
Concurso de peça teatral
promovido pela COOPERALFA
Tema: A cooperação como ferramenta para o desenvolvimento da cidadania.