Belas cachoeiras
honram as belezas naturais de Porto União, mas a água também está presente em
muitos pesadelos de moradores deste nosso querido município. Numa tarde de
julho, imensas nuvens negras cobriram o céu, a chuva começou e parecia sem
nenhuma vontade de parar. Já chovia há cinco dias, minha mãe adoeceu, já havia
um palmo de água dentro de nossa casa e os alimentos estavam acabando.
Precisávamos de ajuda com urgência.
Papai: Jonas, é necessário que você
pegue o bote e vá até a cidade comprar ou pedir um pouco de comida para nós.
Traga também mais velas, fósforo, gás para o fogão e querosene para o lampião.
Leve o seu cachorro Chibi junto com você para lhe fazer companhia.
Jonas: Pai, eu tenho medo de ir
sozinho à cidade. Já está tudo alagado e não para de chover.
Papai: Tenha coragem, filho! Eu não
posso deixar sua mãe adoentada e nossos animais nesta situação. Tome cuidado,
vai dar tudo certo.
Cheguei à cidade e fiquei
ainda mais amedrontado, pois as ruas estavam submersas. Sem saber o que fazer,
comecei a pedir ajuda aos moradores das casas que ainda estavam fora do
alagado.
Jonas: Por favor, senhora, tem algum
alimento para doar à minha família. Estamos quase sem nada para comer.
Moradora: Infelizmente não podemos
ajudar. Vá pedir em outro lugar.
Depois de bater em
várias casas, minhas esperanças tinham acabado, pois me contaram que muitas
pontes foram levadas pelas águas, que nenhum alimento chegava à cidade e que os
supermercados estavam praticamente vazios. Então, de repente, olhei para o lado
e vi uma velhinha me oferecendo um sanduíche de presunto.
Velhinha: Tome, meu filho, você deve
estar com fome.
Jonas: Obrigado, senhora!
A velhinha fez um cafuné na minha cabeça e foi embora lentamente.
A velhinha fez um cafuné na minha cabeça e foi embora lentamente.
O cheiro do
presunto atraiu um cão Pit Bull, que veio latindo em minha direção. Meu cão
Chibi, percebendo o perigo, ficou em prontidão para o combate. O Pit Bull me
atacou, mas Chibi deu-lhe uma mordida no pescoço. O Pit Bull virou-se e
abocanhou uma perna de Chibi. Eu fiquei paralisado pelo medo. O Pit Bull me
atacou novamente, mas meu herói Chibi, mesmo ferido, veio me defender. O
Pit Bull abocanhou o sanduíche da minha mão e fugiu. Em seguida, peguei Chibi no
colo e ele estava morrendo. Então gritei o mais alto que eu pude.
Jonas: Alguém me ajude, por favor!
Então, apareceu uma
moça que se aproximou de mim e de Chibi.
Moça: Barqueiro valente, seu
cãozinho já não está mais entre nós. Venha comigo. Vou ajudá-lo no que eu
puder, prometo.
Então, a moça
levou-me para sua casa, disse para eu tomar banho, emprestou-me roupas secas e
me serviu um gostoso lanche. Eu já estava morrendo de fome. Em seguida, contei
a ela a minha história e a moça publicou-a no seu blog, pedindo ajuda para mim. Acabei ficando hospedado na casa dela até a chuva dar uma trégua para eu poder voltar para casa.
Depois de dois
dias, tínhamos uma sacola grande cheia de alimentos, alguns maços de velas, um
botijão de gás e dois litros de querosene para o lampião. Quando eu já estava
saindo da casa dela para voltar à minha casa, no sítio, chegou um médico que
disse que ia atender a minha mãe sem cobrar nada.
Passou-se um mês, a
enchente ia embora aos poucos e a vida começava a voltar ao normal. A única
diferença era que as pessoas estavam mais unidas, todas se abraçavam e se
cumprimentavam. Eu também mudei minhas atitudes, pois pensava que a maioria das
pessoas eram arrogantes e só pensavam em si mesmas. Mas, depois daquela
enchente do rio Iguaçu, eu percebi que também existem pessoas carinhosas,
caridosas e que ainda têm uma chama de cidadania dentro de si. Ainda estou
muito triste, pois perdi meu grande companheiro Chibi. Volta e meia eu me pego
a pensar: “Será que no céu dos cachorros
existe sanduíche de presunto para o meu Chibi? Será que ele está sentindo
saudade de mim também?”
Nesse instante, Papai
me surpreendeu, interrompendo os meus pensamentos.
Papai: Filho, agora que o pior já
passou, vamos à igreja agradecer a Deus por estar tudo bem com a nossa família.
Afinal, Ele colocou pessoas bondosas no seu caminho, lá na cidade, quando você
foi buscar ajuda. A velhinha, o médico, a moça Soraia e todas as pessoas que
cooperaram com a campanha que ela fez em nosso favor.
Jonas: É pai, eu tive mesmo muita
sorte e ajuda de Deus. Confesso que eu me sentia totalmente perdido, abandonado
e sem saber o que fazer naquela situação.
Papai: Por isso, filho, eu vou lhe
fazer um pedido: Nunca negue ajuda a alguém que precisa dela. Coopere em tudo o
que estiver ao seu alcance e tudo o mais lhe será acrescentado pelo grande Pai,
que está lá no céu, e jamais se esquece dos filhos que lhe são fiéis.
Jonas:
Prometo, papai. Jamais negarei ajuda a alguém que dela precisar.
Pai e filho entraram
na igreja, ajoelharam-se, fecharam os olhos e fizeram o seu agradecimento
silencioso a Deus.
Alunos:
Marcelo Rocha
Luiz
Victor Augusto
Ribeiro
8.º ano II – 13
de março de 2015.
Concurso de
peça teatral promovido pela COOPERALFA
Tema: A cooperação como ferramenta para o
desenvolvimento da cidadania.
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