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quarta-feira, 5 de julho de 2023

Recompensa


César era um rapaz honesto e muito dedicado ao seu trabalho. Ele era um vendedor e tratava muito bem os seus potenciais clientes, pois sabia que haveria dias de sucesso e outros nem tanto.  Desde garoto, César aprendeu que o cliente que diz “não” hoje, poderá comprar em outro momento.

Certo dia, ele tocou a campainha de uma casa e um homem extremamente grosseiro o atendeu.

— O que quer a essa hora? Não tem nada para fazer em vez de incomodar os outros?

— Desculpe, senhor! Estou vendendo produtos de limpeza, toalhas e panos de prato. O senhor teria interesse?

— Eu não quero porcaria nenhuma. Quando eu precisar vou a uma loja. Enxergue-se seu mendigo! Vá incomodar em outra freguesia! Vá fazer alguma coisa útil em vez de bater perna pela rua.

César retirou-se muito magoado e triste, porém ele sabia que no mundo existem pessoas boas e pessoas más. Esta situação motivou-o a continuar lutando pelos seus sonhos e objetivos, pois o queixume e a autopiedade não resolveriam os seus problemas e só o levariam para uma situação de vida ainda pior.  

No dia seguinte, César pegou a sua bicicleta e foi vender em outro bairro. Em menos de uma hora faturou R$ 100,00 reais e as pessoas o trataram com gentileza e respeito. 

— Obrigado, meu Deus! Tu és tão bom para mim. Obrigado por colocar no meu caminho pessoas boas e que podem me ajudar — orava em pensamento o vendedor.

Quando passava diante de uma fábrica de papel, uma discussão chamou a atenção de César. Ao apurar o seu olhar, ele reconheceu o homem que o havia maltratado no dia anterior.

— Vá embora e não volte mais — dizia um segurança — você não trabalha mais aqui.

— Eu quero falar com o gerente! Não aceito a demissão só porque disse umas verdades para o mecânico Clécio. Quero meu emprego de volta! — gritava o homem.

— Vá embora!!! — ordenava o segurança.

Enquanto isso, César fez mais duas vendas para as senhoras que estavam num ponto de ônibus.

Cerca de uma hora depois, o homem demitido se aproximou de César cabisbaixo e disse:

— Por favor, amigo, você poderia pagar a passagem de ônibus para eu voltar para casa? Acabei de ser demitido e estou sem nenhum tostão no meu bolso. Por favor!!!

César lembrou-se da grosseria com que fora tratado no dia anterior, mas reconheceu que as suas vendas estavam indo muito bem. Além disso, ouviu a voz do seu avô Teobaldo, já falecido, que sempre dizia para os netos:

— Sigam o conselho do vovô. Pratiquem o bem sempre, tratem bem todas as pessoas, até aquelas que são grosseiras e amarguradas. A recompensa dos bons e dos justos vem de Deus, que nunca desampara quem tem um bom coração e pratica o bem. A vingança e o ódio só trazem coisas ruins e sofrimento à nossa vida.

— Por favor, moço, ajude-me eu preciso voltar para casa. É longe e eu estou tão desnorteado. Nem sei como vou recomeçar a minha vida — dizia o homem com lágrimas nos olhos.

Então, César disse:

— Está bem, senhor, eu pago a sua passagem. Vá com Deus e que Ele o abençoe sempre, suprindo as suas necessidades.

O homem embarcou no primeiro ônibus que parou no ponto e mais três senhoras dirigiram-se a César:

— Boa tarde, moço! Nossa vizinha  Ana testou o detergente e o desinfetante que você vendeu para ela. Os produtos são ótimos! Também queremos comprar, você ainda não vendeu tudo?

__ Boa tarde, senhoras! Ainda tenho seis unidades, vai dar duas unidades para cada uma.

— Que bom — disseram as mulheres em coro.

E as vendas de César continuaram a ser um sucesso a partir daquele dia.


Aluno: Diogo de Lima dos Santos

8.° ano I - 05 de julho de 2023 - Conto reescrito

Disciplina: Língua Portuguesa - Professora Walterlin

NEJ Hermínio Milis


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