Pesquisar este blog

domingo, 19 de agosto de 2012

Extrativismo

Araucárias, araucárias,
Ainda ouço seus ais!

Tombando indefesas
Diante de serras mortais,
Depois sendo transportadas
Por guindastes colossais.

Troncos grossos e carnudos
Em tábuas transformados,
Serrarias gigantescas
Nas terras do Contestado.

As serras em coro gritavam:
Lumber, Lumber, Lumber...
Vagões cheios rumo ao porto,
A madeira transportavam.

Araucárias, araucárias,
Ainda ouço seus ais!

O progresso, a ferrovia,
Imigrantes instalados,
Sertanejos excluídos,
Extrativismo exacerbado.

Homens mudam de ideias,
Querem tudo muito rápido!
Asfaltos, caminhões, aviões...
Adeus ferrovia, já de pouca serventia.

Cem anos depois, a ferrovia desativada,
Velhos casarios e estações abandonadas
Parecem fantasmas na região contestada...
Uma ou outra gralha azul desencantada.

Araucárias, araucárias,
Ainda ouço seus ais!

Os homens fazem as guerras,
Devastam, modificam cenários,
E a natureza padece
Por causa dos perdulários.

Floresta negra, árvores altas,
Copas em forma de guarda-chuva,
Paisagem nativa do passado,
Cadê a araucária, o cedro e a imbuia?

Homens também se arrependem,
Pensam em voltar atrás,
Revivem a história...
Bom mesmo é saúde, natureza e paz!


Professora Walterlin F. Kotarski
Núcleo Educacional Jornalista Hermínio Milis
Tema: Guerra do Contestado - 1912/1916.
09 de abril de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário