Pesquisar este blog

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Barreiras à aprendizagem


Certa terça-feira, numa aula de Língua Portuguesa, a professora intermediava a interpretação da crônica Olhos de escritor, de Cezar Dias, empenhando-se ao máximo a fim de que os alunos entendessem o texto e também as características próprias do referido gênero, enquanto duas alunas à minha frente se distraíam com uma revista e conversas paralelas. Essas alunas nem sequer tomaram conhecimento do assunto da aula. A professora chamou a atenção e elas pararam de conversar por alguns minutinhos, mas logo estavam se distraindo novamente, movimentando-se nas carteiras o tempo todo e perguntando que horas eram.
A crônica falava justamente sobre a dificuldade que, muitas vezes, até os escritores profissionais têm para produzir bons textos, falava sobre a falta de inspiração ou de criatividade na hora de escrever, falava também sobre o desuso do olhar de escritor capaz de transformar imagens em textos.
Eu estava atenta à aula e percebi o esforço e a dedicação da professora ao dar explicações e exemplos. Ela nos disse que se nós, alunos, nos dedicássemos e acreditássemos em nossas potencialidades, dentro de aproximadamente vinte dias poderíamos ser os novos cronistas da escola. Naquele momento, vários pensamentos passaram simultaneamente pela minha mente: as críticas à baixa qualidade do ensino no Brasil; a falta de interesse de grande parte dos alunos; o mau aproveitamento das aulas; a falta de respeito aos professores...
O modo como aquelas alunas estavam se comportando na sala de aula estava impossibilitando qualquer chance de aprendizagem. Elas estavam totalmente indiferentes ao conteúdo, que, diga-se de passagem, é necessário e útil na vida de qualquer pessoa em processo de estudo e formação. Acabei de constatar que, muitas vezes, as escolas e os professores são criticados e massacrados injustamente pela mídia. Na maioria das vezes, o fracasso escolar acontece pela falta de vontade de aprender e pela falta de comprometimento dos próprios alunos.
Nos dias seguintes, uma dessas alunas vem faltando seguidamente sem justificativa. Assim, fica fácil de se eximir da responsabilidade de fazer e apresentar as tarefas e manter os conteúdos em dia.  A outra, geralmente faz as tarefas na última hora, de qualquer jeito, só para não ficar sem nota. Infelizmente, existem inúmeros casos como este espalhados pelas salas de aulas do nosso imenso Brasil. Penso que está na hora de deixarmos de ser simplesmente alunos ou frequentadores de escolas para nos tornarmos verdadeiros estudantes.

Aluna: Jhennifer Tamiris Delvoss

8.º ano II – 19 de agosto de 2014 – Crônica reescrita  

Nenhum comentário:

Postar um comentário