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sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Lá em Andrômeda


O sábio prudente diz: Leia!
Mas a preguiça me prende
Em sua teia, e o bate-papo
No facebook me desnorteia.

A professora persistente diz: Leia!
Mas eu bocejo e o meu olhar,
Sem visão, mira aquela página
Que, inutilmente, tenho entre as mãos.

O médico esperançoso diz: Leia!
Mas o meu cérebro atrofiado
É incapaz de compreender
O significado daquelas páginas cheias.

O pesquisador animado diz: Leia!
Mas de tanto eu fugir da leitura,
A escrita, para mim, é tortura,
Disfarço e saio pela tangente.

O mercado de trabalho diz: Leia!
Mas eu sou um analfabeto funcional.
Que coisa chata! Por que ganho tão pouco,
Enquanto outros têm salário magistral?

Que exorbitância! Veja quanto ganha
Um médico, um auditor, um juiz,
Um astronauta, um cientista,
Um empreiteiro, um bom ator?

Ah! O Piririca se deu bem,
E o baixinho Ranário, também!
Certa vez, houve um presidente
Que foi antigo operário.

Meras exceções, é claro!

De tanto eu não ler
E o cérebro não exercitar,
Fui desistindo de pensar
E os outros decidem por mim.

Que triste este fim,
Só posso lamentar.

Esta é uma obra de ficção.
Qualquer semelhança com a vida real
É mera coincidência.

O magistério adverte:
Ler faz bem a todos sempre.


SEMANA DA LEITURA
26 a 31 de outubro de 2014.

Walterlin Forostecky Kotarski

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