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domingo, 20 de março de 2022

O Pirata Rabugento

 

Era verão. O jovem Juan andava pelas ruas de Tegucigalpa, capital de Honduras. Ele vestia uma blusa vermelha bem desgastada, porém limpa; uma bermuda azul dobrada na altura dos joelhos e usava um par de chinelo azul, bem velho. Mas o que mais se destacava na vestimenta do jovem era o chapéu de palha com uma fita vermelha amarrada em seu redor. Muitas pessoas chamavam Juan pelo apelido “Chapéu de palha”. Ele sonhava liderar um bando de piratas bravos e destemidos para explorar tesouros escondidos. No entanto, Juan ainda não tinha conseguido recrutar nenhum pirata para montar o seu bando e nem tinha um barco para zarpar em busca dos seus objetivos.

Então, o jovem decidiu ir ao Bar Rata Alada, que era muito frequentado por moradores da cidade e também por forasteiros, a fim de tomar um refresco. Adentrou o bar e escutou a conversa de duas mulheres:

— Jerusa, você está sabendo que hoje vão executar o caçador de recompensas? Estão falando que ele foi tentar pegar a recompensa do Capitão da Marinha e foi pego numa emboscada.

— Ouvi dizer que ele está amarrado no pátio da marinha esperando sua execução — completou a mulher.

Ao saber do fato, Juan deixou o bar rapidamente e dirigiu-se ao pátio da marinha para checar se era verdade o que ouvira no bar. Chegando ao pátio, ele avistou um homem amarrado num poste de concreto. Prestou atenção às roupas do prisioneiro: uma bandana verde amarrada na testa, uma blusa branca e suja e uma calça preta cobrindo-lhe as pernas. O caçador de recompensas tinha cabelos e barba pretos e as mãos grandes e peludas. Apesar de abatido, era possível perceber que se tratava de um homem forte e musculoso. Seu olhar parecia frio e hostil, cara de poucos amigos. Demonstrava não estar se sentindo bem. Então, Juan aproximou-se e disse:

— Ei! Você é o caçador de recompensas que está sendo falado na cidade? 

O homem respirou fundo e continuou calado. Então, o jovem perguntou novamente:

— Ei! Estou falando com você!

— Vá embora garoto. Não preciso de nenhum pirralho me perturbando — respondeu o prisioneiro.

— Não vou embora. Ouvi dizer que você é um caçador de recompensas muito famoso e valente, é verdade?

— Vá para sua casa garoto! — disse o homem em tom autoritário e encarando Juan.

— Você está com fome? Parece estar amarrado a longo tempo — insistiu Juan.

O homem passou a ignorar a presença do seu interlocutor.

— Espere um pouco, eu voltarei logo — disse Juan, afastando-se do local. Momentos depois, o prisioneiro ouviu passos e disse:

— Finalmente vieram me executar. Já estou cansado de tanto esperar.

— Não sou o seu carrasco — respondeu Juan segurando um pacote de pão e água.

— Trouxe isto para você, seu pirata rabugento! — disse o jovem.

— Não sou pirata, sou um caçador de recompensas! — retrucou o homem.

Em seguida, Juan pulou a cerca e desamarrou o prisioneiro do poste.

— Por que você está fazendo isso garoto? — perguntou o homem.

— Porque você vai pertencer ao meu bando a partir de agora!

Após comer, o homem levantou-se e saiu andando, afastando-se de Juan.

— Ei! Para onde você está indo, cara? — perguntou Juan.

— Vou embora, garoto.

— Você não pode ir! Eu salvei a sua vida, você ia ser executado!

— Eu não lhe pedi nada. Você fez porque quis — respondeu o homem.

Juan ficou estressado e, com raiva, gritou:

— PENSEI QUE VOCÊ ERA UM HOMEM HONRADO!

Ao ouvir isso, o homem deu meia volta e dirigiu-se ao rapaz.

— O que foi que você disse, moleque?

— Eu salvei sua vida. Um homem honrado ficaria me devendo um favor — disse Juan.

— O que você quer de mim? — perguntou o homem irritado com a audácia do rapaz.

— Eu quero que você entre para o meu bando — insistiu Juan.

— Eu já lhe disse que não sou pirata — retrucou o homem com um tom de riso.

— O que foi? Está com medo? — argumentou o jovem.

— Eu, com medo? Nem sei o significado dessa palavra, pirralho.

— Vamos, quero conhecer o seu barco! — retrucou o homem.

Então, eles foram até o canal próximo à marina, onde havia dezenas de barcos atracados.

— Este é o seu barco? — perguntou o homem, apontando para uma embarcação grande, com canhões e uma enorme vela.

— Não, o meu barco é este aqui! — respondeu Juan, apontando para uma pequena canoa, que nem ao menos tinha uma vela.

— Isso não é um barco. Não quero arriscar a minha vida porque estou devendo um imenso favor para um pirralho petulante — disse o ex-prisioneiro.

— Eu salvei a sua vida, lembre-se disso, cara!

— Vamos acabar com essa lenga-lenga de uma vez — disse o homem entrando na canoa.

— Qual é o seu nome, pirralho?

— Juan — respondeu o rapaz.

— Eu me chamo Zorro. ZORRO VALENTIS — disse o homem com voz imponente.

Em seguida, os dois se cumprimentaram de mão pegada, selando um pacto, e zarparam para o mar em busca de novos companheiros e aventuras.  A jornada do grupo de piratas JUAN & VALENTIS começava naquele momento. O tempo foi passando, e nos quatro cantos do mundo ouvia-se falar dos piratas milionários e destemidos que caçavam tesouros e acumulavam enorme fortuna.



Aluno: Matheus Euzébio de Oliveira

9.º ano I - Conto - Disciplina:Língua Portuguesa - Data: 18/03/2022

Professora: Walterlin F. Kotarski

Núcleo Educacional Jornalista Hermínio Milis


Texto baseado no anime One Piece.


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