Pesquisar este blog

domingo, 22 de junho de 2014

Outra vez


O sol se foi e o céu acinzentou,
E a chuva veio mansa e contínua,
E tornou-se forte, e insolente, e arrasadora,
E cobriu as ruas, e sufocou bueiros,
E formou torrentes, e invadiu as casas...

E continuou a chuva,
E encostas deslizaram,
E houve barreiras, e abriram-se crateras,
E pontes ruíram, e asfaltos racharam,
E as aulas paralisaram.

E os rios transbordaram,
E as casas sumiram,
E dezenas de ilhas surgiram.
E faltou luz, e faltou água, e faltou acesso,
E o caos se instalou.

E o povo assustado ficou flagelado.
E o barco demora, e o caminhão que não vem?
Há muito tumulto, é só vai-e-vem,
A água subindo piedade não tem.
Pra onde eu vou? Vou ficar com quem?

A Defesa Civil começa ajudar,
Mas há muita gente, é preciso esperar.
Depressa, a Prefeitura deve agir e pensar,
O tempo voa, o socorro tarda a chegar
E a água implacável destrói mais um lar.

O estrago é grande e assusta os prefeitos,
É preciso recursos senão não tem jeito.
O governador promete respaldo,
E à Presidente vão pedir mais algo,
O povo se engaja e brota a solidariedade.

Promessas são feitas, planos traçados,
Cestas básicas, roupas, abrigos, burburinho,
E o sonho de deixar de ser ribeirinho.
Reconstruções, faxinas, trabalho, coragem,
Queixas, prejuízos, tropeços e recomeços,

Junho de enchente,
Junho de desabrigo,
Junho de Copa do Mundo,
De visita de Dilma, a Presidente,
Quanta emoção perpassa o coração da gente.

Outra vez...

 Walterlin Forostecky Kotarski
17 de junho de 2014.

Nenhum comentário:

Postar um comentário