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terça-feira, 10 de maio de 2011

Consciência limpa

Há mais ou menos dois meses, fui ao centro da cidade comprar algumas coisas, quando avistei um senhor que caiu de sua bicicleta. Depois de permanecer alguns segundos no chão, ele levantou-se meio tonto, cambaleando e, sem perceber, deixou cair do bolso a sua carteira. Visivelmente chateado, o homem embarcou na bicicleta e saiu pedalando lentamente, pois certamente estava todo dolorido por causa da queda.

Juntei do chão a carteira e, como sou muito curiosa, quis ver o que ela continha. Além de documentos, havia uma boa quantia em dinheiro. Então, pensei: devolvo, ou não devolvo? Em poucos segundos, várias hipóteses passaram pela minha cabeça. E se for o salário do mês que o pobre homem ganhou a duras penas? E se este for o único dinheiro de que ele dispõe para o sustento da família? E se ele precisa comprar remédio ou pagar o aluguel? Minha consciência falou mais alto que o desejo momentâneo de ficar com aquele dinheiro para mim. Num impulso, peguei a minha bicicleta e saí correndo atrás do homem, gritando:

__ Senhor, senhor, deixou cair a sua carteira!

Depois de percorrer mais de uma quadra chamando-o, o homem finalmente me ouviu, parou, pegou a carteira da minha mão e disse com mau humor:

__ Deixe-me conferir para ver se você não roubou nada.

Fiquei decepcionada com a reação daquele senhor. No fundo, eu esperava que ele me agradecesse e me desse uma recompensa em sinal de gratidão. Não ouvi sequer as palavras “muito obrigado!” Ele simplesmente guardou a carteira no bolso e saiu pedalando.

Aquela cena ficou na minha mente durante o resto do dia... Refleti muito e cheguei à conclusão que, mesmo sem ter o reconhecimento pela minha atitude, eu fiz o que era certo, justo e honesto. Fiquei com a consciência limpa. Sei que poucas pessoas no meu lugar fariam o que eu fiz.

Aluna: Jakeline Peres da Silva

8.ª série – Crônica – 10/05/11.

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