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domingo, 22 de março de 2015

Emergência

Seu João se despediu da esposa e de suas filhas Maria Eduarda e Karina e foi trabalhar como de costume. Três horas depois, o celular de Karina começou a tocar.
Karina: Alô, Karina falando...
Patrão: Aqui é o Amadeu, o patrão do seu pai. Ele sofreu um acidente de trabalho.
Karina (nervosa): Mas ele está bem?
Amadeu: Não, seu pai não está bem. Ele perdeu um braço. O Corpo de Bombeiros o levou para a Santa Casa. Os médicos já estão fazendo os procedimentos necessários. É preciso que sua mãe ou alguém da família, que seja maior de idade, compareça à Santa Casa para acompanhá-lo.
Karina: Mamãe eu iremos para lá agora mesmo.
Karina deu a notícia à sua mãe, Dona Sílvia.
Sílvia: Perdeu um braço? E agora, o que será do seu pai? Certamente não poderá trabalhar como antes? O que faremos, meu Deus?
Sílvia e Karina se abraçaram chorando compulsivamente. Karina tentou acalmar a mãe.
Karina: Mãe, precisamos ser fortes e corajosas. Vamos ver como o papai está. Com o tempo tudo se ajeita. O importante é que ele se recupere e fique bom.
Sílvia: Sim, filha. Você tem razão. O mais importante é que seu pai não perdeu a vida. Ele continuará conosco. Juntos, enfrentaremos as dificuldades.
Seu João passou por uma cirurgia complicada. Realmente seu braço foi amputado, mas os médicos disseram que não corria risco de morte. Dona Sílvia ficou com ele na Santa Casa. Karina voltou para casa a fim de confortar Maria Eduarda. As duas irmãs fizeram um lanche e começaram a traçar um plano para ajudar o pai.
Maria Eduarda: Enquanto você e mamãe foram à Santa Casa, eu fui rezar no meu quarto. Pedi a ajuda do Espírito Santo, que Ele nos inspirasse sobre uma forma de resolver o problema da amputação que o papai vai ter que enfrentar. Depois de algum tempo orando, eu tive uma ideia.
Karina: E qual foi?
Maria Eduarda: Lutarmos para conseguir uma prótese para o papai.
Karina: Uma prótese? É uma boa solução, mas muito cara.
Maria Eduarda: Então, nós vamos juntando dinheiro aos poucos até conseguirmos uma.
Karina: O que você pretende sugerir?
Maria Eduarda: Penso em fazer rifas, bingos beneficentes, pedir o apoio da comunidade da nossa igreja, solicitar doação de indústrias do ramo de próteses. Enfim, tentar de todas as maneiras possíveis e imagináveis até conseguir um novo braço para o papai.
Karina: É isso mesmo. Conte comigo. Começamos agora?
Maria Eduarda: É claro! Para começar, vou fazer uma Ação entre Amigos colocando no sorteio a tevê digital do meu quarto, que eu ganhei do papai no dia no meu aniversário.
Dez dias depois, seu João deixou a Santa Casa, mas estava muito deprimido porque não tinha perspectiva de poder voltar a trabalhar como antes. Os dias foram passando e as duas irmãs conseguiram vender oitocentos números da Ação entre Amigos e arrecadaram doze mil reais, que aplicaram no Banco do Brasil. Um mês depois, a comunidade da igreja as ajudou a organizar um bingo beneficente, que arrecadou mais vinte mil reais. Karina enviou e-mail pedindo ajuda a todas as empresas fabricantes de próteses que conseguiu encontrar. Um ano depois, o telefone tocou e ela correu atender.
Karina: Alô! Residência de Karina Soares Prestes.
Empresário: Karina, quem fala é o diretor-presidente da Empresa Prótese e Robótica Primata. Há alguns meses recebemos um e-mail seu pedindo auxílio para o seu pai.  Atualmente, nossa empresa está desenvolvendo um novo modelo de prótese inteligente para braço e mão. Ela funcionará a partir de comandos cerebrais e está em fase de testes. Nós estamos em busca de voluntários para a fase de estudos, avaliações e adaptações necessárias, até que a prótese fique perfeita para poder ser fabricada em série. As dez pessoas que se dispuserem a participar voluntariamente da viabilização deste projeto receberão uma prótese pagando por ela apenas o equivalente a cinco por cento do seu valor após a aprovação da ANVISA. Gostaríamos de saber se o seu João tem interesse em fazer um contrato conosco, participando dos testes e da avaliação da eficácia do protótipo da prótese.
Karina: Um momento, por favor, vou consultar o papai.
Seu João concordou.
Karina: Alô! Sim, papai aceitou ser voluntário na fase de testes.
Empresário: Então, anote o nosso endereço aqui em São Paulo. Seu João deve trazer todos os seus documentos e um acompanhante maior de idade. Ambos permanecerão à disposição de nossa empresa durante três meses. O custo de hospedagem, transporte e alimentação nesse período será pago por nós.
Karina: Que dia papai deverá embarcar?
Empresário: O seu e-mail continua o mesmo?
Karina: Sim, senhor.
Empresário: Então, aguarde instruções detalhadas via e-mail. Entraremos em contato ainda hoje.
Dois dias depois, seu João e Dona Sílvia embarcaram para São Paulo. Seu João participou dos testes durante três meses. A prótese foi desenvolvida com pleno sucesso, criando inclusive a possibilidade de Seu João se reintegrar ao mercado de trabalho. O dinheiro que as filhas arrecadaram foi mais do que suficiente para pagar o valor que caberia a seu João. A vida da família voltou ao normal e o terrível acidente agora é lembrado como uma fase difícil que ficou para trás, graças à cooperação e a solidariedade que cruzaram os caminhos de Karina e Maria Eduarda.   
Aluno:
Jean Carlos Peper
8.º ano II – 19 de março de 2015.
Concurso de peça teatral promovido pela COOPERALFA

Tema: A cooperação como ferramenta para o desenvolvimento da cidadania.

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