Pesquisar este blog

domingo, 22 de março de 2015

Encontro casual

Todas as pessoas enfrentam etapas difíceis em suas vidas e necessitam de apoio, cooperação e solidariedade para superá-las. Por isso, é sempre oportuno lembrar que não se deve negar ajuda a quem precisa, principalmente quando nós estamos numa boa fase da vida.
Esta história trata de um encontro casual entre um mendigo e um milionário num beco próximo ao Bairro Industrial de uma metrópole brasileira. O mendigo está sentado no chão, desanimado e faminto, quando vê um homem bem vestido aproximar-se.
Mendigo: Por favor, ajude-me, senhor.
O bondoso milionário para diante do mendigo e dirige-lhe um olhar generoso.
Milionário: Levante-se, amigo. O que lhe aconteceu?
Mendigo: Eu estou fraco, cansado e sem esperança. Perdi meu emprego e caí em desgraça. Nada tem dado certo para mim nos últimos tempos.
Milionário: Qual é a sua profissão?
Mendigo: Contador.
Milionário: Qual é o seu grau de formação escolar?
Mendigo: Sou formado em Ciências Contábeis. Já trabalhei em grandes empresas, mas devido à inflação e à estagnação da economia algumas empresas faliram e outras tiveram que cortar gastos e reduzir o número de empregados. Assim, acabei sendo demitido e não consegui mais me recolocar no mercado de trabalho.
O milionário olha para o chão e vê um rolinho de papel grosso amarrado com uma fita.
Milionário: O que é esse rolinho de papel aí ao seu lado?
Mendigo: É o meu diploma de Ciências Contábeis. Eu o carrego comigo para provar que sou formado, pois ninguém acredita que um morador de rua tem curso superior.
Milionário: Deixe-me ver o seu diploma, rapaz.
Mendigo: Está vendo como é. Até o senhor está duvidando de mim. Pode olhar, aqui está ele.
Milionário: Humm! USP – Universidade Estadual de São Paulo. Título: Bacharel em Ciências Contábeis. Número do registro... Seu diploma é autêntico, rapaz. Você se formou numa das melhores universidades do Brasil. Você sabia que o destino lhe reservou uma boa surpresa hoje?
Mendigo: Como assim? Até agora só estou sendo surpreendido pelo ronco da minha barriga faminta. Estou até tonto de fome.
Milionário: Anime-se rapaz. Seus dias de mendigo terminaram. Eu vou contratá-lo. Estava justamente indo levar à Agência do Trabalhador um anúncio de vaga para contador numa de minhas empresas.
Mendigo: O senhor está falando sério?
Milionário: Seríssimo, rapaz. Agora se levante. Eu vou ajudá-lo a reanimar-se. A propósito, como é mesmo o seu nome?
Mendigo: Meu nome é Maílson da Nóbrega Siqueira.
Milionário: E o meu é Antônio Ermírio Votorantim. Vou levá-lo a uma pensão que eu conheço. Lá você poderá morar por um tempo até refazer sua vida. É um lugar simples, mas tem instalações de boa qualidade e servem uma comida regional muito gostosa.
Maílson: Eu ainda não estou acreditando. Será que estou delirando?
Ermírio: Se você quiser, eu poço dar-lhe um “cascudo” na cabeça para você sentir que eu sou de carne e osso e estou aqui na sua frente, fazendo-lhe uma proposta de emprego para o cargo de Contador. Posso?
Ermírio fecha o punho aprontando os dedos para o “cascudo”, mas Maílson olha-o fixamente, depois percebe outras pessoas passando por eles, uns carros e motos... Finalmente, conscientiza-se de que está sóbrio no meio do burburinho do trânsito.
Maílson: Não é preciso. Agora percebi que estou num beco anexo ao Bairro Industrial. Pretendia procurar emprego, mas me dei conta de que estava sujo e maltrapilho. Por isso, sentei-me aqui desanimado.
Ermírio: Então, venha comigo. Vamos dar um trato nessa sua fome e, depois, na sua aparência. Fique com este meu cartão. Aqui consta o telefone e o endereço do seu novo local de trabalho a partir de amanhã às 8h30. Combinado? Leve todos os seus documentos para providenciarmos a sua contratação o mais rápido possível.
Maílson: Obrigado, meu Deus! Obrigado, seu Ermírio!
Maílson junta os seus pertences (diploma, blusa, guarda-chuva), coloca-os numa mochila e os dois homens saem caminhando lentamente em direção a uma lanchonete. A partir daquele momento, uma nova etapa estava iniciando na vida de Maílson da Nóbrega Siqueira.
Viram? A vida pode nos surpreender. Nos lugares mais imprevisíveis podemos encontrar pessoas generosas e solidárias. Um milionário cooperou na reestruturação da vida de um mendigo. Um mendigo cooperou no desenvolvimento da empresa de um milionário.

Aluno:
Gílson Hilário Koch Júnior
9.º ano – 19 de março de 2015.
Concurso de peça teatral promovido pela COOPERALFA

Tema: A cooperação como ferramenta para o desenvolvimento da cidadania.

Nenhum comentário:

Postar um comentário