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domingo, 8 de março de 2015

Olhos solidários


Na história de vida de algumas pessoas nem sempre é tudo uma maravilha. Reproduziremos agora uma cena da vida do seu Ewaldo Wagner que, por ironia do destino, está idoso e cego. Este homem precisa constantemente da cooperação, da solidariedade e do amor das pessoas que o cercam. Na vida dele duas pessoas são muito especiais: sua filha Vilma e sua vizinha Rosane.
Na rotina da vida, mais um lindo dia acaba de nascer. Vilma, como sempre, levanta-se bem cedinho, abre as janelas da casa para arejar e vai preparar o café da manhã. Como de costume, seu Ewaldo percebe sua movimentação na casa e já chama pela filha.
Ewaldo: Vilma, apresse o café! Estou com fome, quero comer.
Vilma: Calma, pai. Já está quase pronto! Só um minutinho!
Alguns minutos depois, Vilma entra no quarto do pai com uma bandeja contendo uma caneca de café com leite, um sanduíche de pão integral com queijo e presunto e uma fatia de mamão picado. Larga a bandeja sobre o criado-mudo e vai abrir a janela e a cortina do quarto.
Vilma: Bom dia, papai! Dormiu bem? Percebo que está um pouco impaciente.
Ewaldo: Bom dia, filha! Dormi bem, graças a Deus. Tive um pesadelo pouco antes de acordar. Nele eu morria afogado num rio e estava me debatendo, mas já passou... Agora, estou com fome.
Vilma ajuda o pai a sentar-se na cama com os pés no chão e forra o colo dele com uma toalha. Em seguida, senta-se na frente dele, põe a bandeja no colo dela e começa a servir-lhe os alimentos.
Vilma: Vamos começar pelo mamão? É bom para a saúde comer fruta de manhã.
Ewaldo: Eu gosto de mamão. Como está o dia, filha?
Vilma: Está um dia bonito, o sol já está aparecendo. Vai fazer calor hoje. O senhor ouviu a alvorada dos pássaros?
Seu Ewaldo vai comendo enquanto ouve a filha. Ao terminar o café...
Ewaldo: Obrigado, filha! Deus lhe pague.
Vilma: Deus é muito bom para mim, pai. Tenho saúde, amigos que nos ajudam, temos uma vida digna. Pai, hoje eu preciso ir à farmácia e ao supermercado. A Rosane ficará com o senhor enquanto eu estiver fora.
Ewaldo: Claro, filha! Tudo bem. Vá tranquila. A Rosane já está aí?
Nesse momento, Rosane chega e bate na porta da cozinha.
Vilma: Ela acaba de chegar. Está batendo na porta. Vou atendê-la.
Rosane: Bom dia, cheguei na hora?
Vilma: Bom dia, amiga! Entre. Vou mostrar-lhe o remédio que o papai deverá tomar às 10 horas. É este comprimido aqui. Ele toma com meio copo de água.
Rosane: Tudo bem! Deixe comigo.
Vilma: Amiga, você faz o favor de cozinhar o feijão para mim?
Rosane: Claro! É este que está sobre a pia?
Vilma: Sim. Bom, eu vou, senão fica tarde. Depois nós acertamos o seu serviço.
Rosane: Eu não quero dinheiro, já disse. Eu ajudo você e seu Ewaldo porque são meus amigos e eu gosto de vocês.
Rosane pôs o feijão para cozinhar no fogão a gás e foi para o quarto ver o seu Ewaldo.
Rosane: Como está seu Ewaldo? Precisa de alguma coisa?
Ewaldo: Bom dia! Que bom que você está aqui. Eu gostaria que você me ajudasse ir até a varanda. Quero tomar o ar fresco da manhã.
Rosane: É pra já! Então, vamos. O senhor se apoie em mim e vai dar tudo certo.
Lentamente, os dois chegam à varanda e seu Ewaldo senta-se num pequeno sofá. Em seguida Rosane liga o rádio para animar um pouco o ambiente.
Rosane: Vou ligar o rádio para ouvirmos umas músicas e as notícias do dia, seu Ewaldo.
Ewaldo: Boa ideia, assim, eu me distraio um pouco.
Rosane vai para a cozinha a fim de preparar o almoço. De quando em quando, dá uma olhadinha no seu Ewaldo.
Ewaldo: Rosane, você está aí? Estou com sede, quero água.
Rosane: Estou, sim! Já levo a água e também o seu remédio.
Ewaldo: Já são 10 horas?
Rosane: Sim, já está na hora do seu remédio. Aqui está também a água.
Seu Ewaldo toma e remédio e a água. Devolve o copo para Rosane.
Ewaldo: Obrigado! Como você é boa para mim. É como se fosse minha outra filha.
Rosane: O senhor sabe que eu gosto muito do senhor. Afinal, sempre foi o melhor amigo do meu pai.
Rosane voltou para a cozinha.
Rosane: Eu estou encaminhado o almoço. Se o senhor precisar de qualquer coisa, é só chamar que eu virei correndo.
Meia hora depois...
Ewaldo: Rosane, estou cansado. Ajude-me a voltar para a cama.
Rosane: Vamos seu Ewaldo. Um, dois, três... Apoie-se em mim, por favor!
Lentamente, chegaram ao quarto. Rosane ajudou seu Ewaldo a deitar-se. Já era meio-dia quando Vilma voltou para casa.
Vilma: Então, tudo bem?
Rosane: Tudo tranquilo. O almoço está pronto e o seu Ewaldo está dando um cochilo.
Enquanto Rosane explicava, Vilma abriu a carteira, pegou R$ 50,00 reais para dar à amiga.
Vilma: Rosane, aceite esse dinheirinho, por favor! É o mínimo que eu posso fazer para retribuir o que você faz por mim e pelo papai.
Rosane: Eu já disse que não quero dinheiro, não insista Vilma!
Vilma: Assim, eu fico chateada. Eu sei que dinheiro nenhum paga a dedicação de uma amiga, mas é um pequeno mimo que eu gostaria de lhe fazer.
Rosane: Deixe disso. Guarde o seu dinheiro. Você pode precisar dele para comprar os remédios do seu Ewaldo.
Vilma: Está bem, mas você almoça conosco. De sua companhia eu não abro mão.
Rosane: Esse convite eu aceito, é um prazer.
Vilma e Rosane trouxeram seu Ewaldo para almoçar com elas junto à mesa. Enquanto almoçava, Vilma também ajudava o seu pai a alimentar-se. Quando terminaram a refeição...
Rosane: Está na minha hora, preciso ir para casa. Qualquer coisa que você precisar, Vilma, é só me chamar. Não faça cerimônia. Você sabe que pode contar comigo sempre.
Vilma abraça a amiga.
Vilma: Obrigada, querida. Tenho certeza que Deus lhe dará boa recompensa pelo que você faz por mim e pelo papai.
Rosane: Que assim seja! Tchau! Até a próxima.
O tempo vai passando, a amizade e a cooperação entre as amigas continua. Esta história nos trouxe à memória aquele velho ditado popular: “Uma mão lava a outra, e as duas lavam o rosto.”  

Alunas:
Cintia Fragoso
Fabiana Aparecida Leite Zasnieski
Andressa de Fátima de Lima Grossl
Verônica Taís Matucheski
9.º ano – 09 de março de 2015.
Concurso de peça teatral promovido pela COOPERALFA

Tema: A cooperação como ferramenta para o desenvolvimento da cidadania.

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